Você assume riscos? Assumir riscos é empreender? Até onde você arriscaria para obter sucesso financeiro? Quais as fragilidades ao assumir riscos? E o que se deve minimizar?
Pois saiba que, informação é poder! Na qualidade de empreendedor (a) um fator importante também é conhecer quais riscos financeiros você como empreendedor (a) e sua empresa podem correr no momento da escolha de como investir seu dinheiro no mercado financeiro.
Vou descrever aqui, alguns conceitos que devemos lembrar na hora de escolhermos nossos investimentos e também de como proteger nossos bens (ativos).

Gestão de Riscos Financeiros
Uma gestão de riscos eficiente é essencial para a competitividade dos bancos e estabelecimentos de suas estratégias de atuação. A gestão de riscos é importante para:
– Identificar a exposição da empresa ao risco e identificar seus aspectos mais frágeis;
– Minimizar perdas financeiras;
– Imunizar o capital da empresa.

Dentro da gestão de riscos financeiros, os riscos podem ser classificados em:

1 – RISCO MORAL
Possibilidade do tomador de recursos após a transação efetuada, alterar sua capacidade revelada de pagamento por mudanças inapropriadas em seu comportamento. O filme Wall Street – o Dinheiro nunca dorme, conta como um consultor financeiro ajuda um operador idealista do mercado de Wall Street, a agir com um grande investidor, o qual fez seu mentor vender sua tradicional empresa por uma ninharia.

2- SELEÇÃO ADVERSA
Quando as partes de uma transação não chegam a um consenso sobre a efetiva qualidade do bem, objeto da transação, a seleção adversa promove uma depreciação no preço.
Exemplo: Os investidores desejam conhecer o retorno dos ativos nos quais planejam adquirir.
Seguradora deseja saber a possibilidade de ocorrência de acidentes nos veículos.

3 – RISCO DE CRÉDITO
Risco de que uma mudança na quantidade do crédito de uma contraparte afetará o valor da posição de um banco”. Exemplo: Quando uma contraparte não quer ou não pode cumprir com suas obrigações contratuais ou quanto que a contraparte sofre um rebaixamento por parte de uma agência classificadora.

4 – RISCO DE VARIAÇÃO DE TAXAS DE JUROS
A expressão “risco de taxa de juros” se refere ao risco específico de mudança de estado da taxa de juros. E, a expressão “risco de taxa de câmbio” se refere ao risco específico de mudança na taxa de câmbio.

5 – RISCO DE MERCADO
Resulta da variação no valor de uma carteira qualquer de ativos e passivos financeiros em virtude da variação nos preços desses ativos.
Uma empresa que negocia com metais preciosos e possui ouro em estoque.
Uma variação no preço deste ativo vai afetar o patrimônio da empresa.

6 – RISCO OPERACIONAL
Se refere às perdas potenciais resultantes de sistemas inadequados, falha da gerência, controles defeituosos, fraude e erro humano”. Relacionado ao risco operacional, existem vários casos de falhas operacionais relacionadas a uso de derivativos, caracterizadas por transações alavancadas, ao contrário das transações à vista.

7 – RISCO DE TAXA DE CÂMBIO
A expressão “risco de taxa de câmbio” se refere ao risco específico de mudança na taxa de câmbio.

8 – RISCO SOBERANO
Risco soberano pode ser resumidamente definido como o risco de crédito atribuído pelos credores aos títulos de dívida emitidos nas esferas públicas. O risco soberano é atribuído, então, a países e não a devedores do setor privado.

9 – RISCO DE LIQUIDEZ
É tanto o risco de financiamento de liquidez quanto o risco de liquidez relacionado às negociações. O risco de financiamento de liquidez se relaciona à capacidade de uma instituição financeira de levantar o caixa necessário para rolar sua dívida, para atender exigências de caixa, margem e garantias das contrapartes e (no caso de fundos) de satisfazer retiradas de capital.

10 – RISCO LEGAL
Surge por questões legais e só se tornam aparentes quando uma contraparte, ou investidor, perde dinheiro em uma transação e decide acionar o banco para evitar o descumprimento de suas obrigações”. Por exemplo, uma contraparte pode não ter a autoridade legal ou regulatória para se engajar em uma transação.

11 – RISCO DE COMPLIANCE
É representado pelas sanções legais ou regulatórias possíveis de serem aplicadas a uma instituição diante de alguma falha no cumprimento da aplicação de leis, regulamentos e código de conduta. Alguns eventos que necessitam de compliance:
– Acordo da Basileia;
– Fraude e Falência do Banco Barings;
– Fraude e Falência da Enron e WorldCom;
– Publicação da lei Sarbanes Oxley pelo Congresso dos Estados Unidos.

Como fazer na hora de escolher a melhor opção?
Através de padrões básicos de instituições de investimentos, podemos atribuir o tipo de risco como “nulo”, “reduzido”, “médio” ou “normal” e ponderar um percentual, mais conhecido por cálculos de ativos ponderados por risco:

1 – Tipo de risco: Nulo
Fator de ponderação: 0%
Principais ativos: Aplicações em operações compromissadas, com recursos próprios em CDI (instituições ligadas) e aplicações em títulos de renda fixa, disponibilidades de caixa, reservas livres depositadas em espécie no Banco Central.

2 – Tipo de risco: Reduzido
Fator de ponderação: 20%
Principais ativos: Aplicações em ouro físico (temporários); cheques enviados ao Serviço de Compensação; créditos fiscais; disponibilidades em moedas estrangeiras, etc.

3 – Tipo de risco: Médio
Fator de ponderação: 50%
Principais ativos: Aplicações em certificados de depósitos interfinanceiros (CDI) com recursos próprios em instituições financeiras; aplicações em títulos de renda fixa de outras instituições financeiras; aplicações em títulos emitidos por governos de outros países, financiamentos habitacionais, etc.

4 – Tipo de risco: Normal
Fator de ponderação: 100%
Principais ativos: Aplicações em ações no exterior; aplicações em títulos de renda (debêntures e outras); negociações na bolsa de mercadorias e futuros; empréstimos e títulos descontados; arrendamentos a receber, etc.

Quer saber mais sobre o assunto de uma forma descontraída? Assista os quinze filmes sobre o Mercado Financeiro segundo o website trovoacademy.com que têm no Netflix:

01 – Steve Jobs (2016)
02 – A Grande Aposta (2015)
03 – Um Homem Contra Wall Street (2014)
04 – O Lobo de Wall Street (2013)
05 – Até que a Sorte nos Separe (2012)
06 – A Negociação (2012)
07 – O Homem que Mudou o Jogo (2012)
08 – Margin Call: O Dia Antes do Fim (2011)
09 – Trabalho Interno (2010)
10 – Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (2010)
11 – A Procura da Felicidade (2006)
12 – As Loucuras de Dick & Jane (2005)
13 – O Primeiro Milhão (2000)
14 – Wall Street: Poder e Cobiça (1987)
15 – Trocando as Bolas (1983)

Além dos filmes citados, existe a indicação da série Billions (24 episódios, divididos em 3 temporadas) e Enron – Os Mais Espertos da Sala (2005), esta última, é um documentário sobre um dos maiores escândalos corporativos da história dos Estados Unidos, em que executivos da Enron, a 7ª maior companhia do país, fugiram com bilhões de dólares e deixaram acionistas e investidores sem um único tostão.

E que cuidados você como empreendedor deve tomar?
Primeiro: O importante é, antes de investir, verificar na empresa, o fluxo de seus pagamentos e recebimentos para saber se as suas dívidas casam com o que você terá de receita (dos seus clientes) no prazo programado e que seja suficiente para dispor de uma parte dos seus recursos para investimentos.
Segundo: Estabelecer um plano de retorno de investimentos: o que você precisa? Rendimentos a curto, médio ou longo prazo? Se você não conseguir definir isto sozinho (a), busque ajuda com seu contador.
Terceiro: Antes de investir, procure estudar mais sobre o tipo de investimento, seus rendimentos nos últimos três, quatro anos, e qual o nível de risco. Interessante ressaltar que hoje já existem ferramentas dentro do próprio aplicativo da instituição financeira, que ajudam a definir o perfil de investidor (conservador, médio, arrojado, etc.)
Quarto: Se você trabalha com comércio de produtos, separe uma parte dos recursos também para garantir a compra de estoques antes de investir e se você trabalha com prestação de serviços, separe uma parte dos recursos para capacitação profissional e atualizações técnicas necessárias a continuidade da excelência de seus negócios.
Quinto: Se você tem uma dívida cujos juros são bancários são acima do mercado (efetivos, juros sobre juros) não invista em produtos financeiros novos. Na maioria dos casos, é mais vantajoso pagar a dívida com o que você separou para investir e minimizar seus gastos com encargos financeiros. E assim, quando realmente “sobrar” recursos, sem ter que continuar com a dívida, o seu negócio estará mais protegido.
Sexto: Procure informações sobre cenários econômicos, políticos e do mesmo ramo de negócio que o seu, a fim de estabelecer como está o mercado e como está o seu concorrente. Veja se é preciso investir em benfeitorias e inovação para continuar sendo o diferencial ou se realmente é o momento de investimento no mercado financeiro.
Sétimo: Chegou a hora de investir de fato? Fuja de pirâmides financeiras, de promessas de juros muito mais elevadas do que as que você verifica nas instituições e procure um local de referência para investir. Afinal de contas é o dinheiro do seu negócio que está em jogo. Existem alguns cursos gratuitos disponibilizados pelo BACEN, SEBRAE e outros. Procure. Se atualize. Lembre-se que: Informação é poder!
Bons investimentos. Na dúvida, procure alguém de sua confiança para lhe ajudar.

Walkyria Ribeiro, proprietária da auditoriaepericia.net.